terça-feira, 23 de novembro de 2010
O que está feito está feito.
As vezes ficamos remoendo o passado, relembrando nossos sofrimentos, e nos esquecemos de que o que está feito está feito, não há como apagar. Precisamos seguir adiante, superando as emoções, e os traumas. Quando meus pais separaram-se, eu sofri muito, chorava todos os dias, todas as noites...não conseguia entender nem aceitar. Me perguntava o por quê da separação, se éramos culpados... pela minha mente passava tantos pensamentos, e todos negativos. Com o tempo passei a odiar meu pai, não queria nem ouvir falar seu nome, não queria vê-lo nem em fotografia. Ele que deveria ser meu modelo de homem, passou a ser minha referência mais negativa. Lembro-me de uma vez que ele veio nos ver, e eu não fui vê-lo, tamanha era minha mágoa. Mas o tempo foi passando, passando, e eu consegui perdoá-lo, consegui entender que as vezes tomamos decisões que afetam outras pessoas, que as fazem sofrer, e foi assim com meu pai. Mas minha mágoa era válida, eu era uma garota de 13 anos, amava-o demais, quando ele partiu na madrugada... sem nos avisar... fiquei perdida, sem chão. Pareço-me muito com ele, pelo menos sempre ouço as pessoas dizerem isso. E isso me fazia ficar triste, pois minha mãe era obrigada a olhar para mim todos os dias, e lembrar dele. Imagina como ficava minha cabeça? confusa demais. Mas eu sei que o que está feito está feito, não há como apagar, e que devemos sempre seguir adiante, sabendo perdoar, e aceitar o que nos acontece, guardando na memória o que nos eleva a alma, e deixando para trás o que nos causou feridas...hoje posso dizer de coração: EU AMO MEU PAI!! Não importa se ele está longe, com outra família, o que importa é que ele é o meu pai, e que sem ele, eu não existiria.
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Muito bem. O modo sereno da tua essência reluz na maneira como escreves...Parabéns, escreves muito bem...Continua a alimentar os teus leitores com esse jeito de ser, essa personalidade forte!
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